Brasil reage a aumento de tarifas dos EUA e reforça defesa da soberania nacional

Redação Jornal Costa do Dendê | 16 de julho de 2025Edição: Itamar Cardoso

Brasília – Em tom firme, os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre, defenderam nesta quarta-feira (16) a soberania do Brasil diante da decisão do governo dos Estados Unidos de impor um aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros. O posicionamento foi dado após reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que apresentou detalhes sobre a medida adotada pelo presidente norte-americano Donald Trump.

O encontro teve como objetivo alinhar estratégias de resposta ao que foi classificado como um “tarifaço” injustificável. “É um momento que exige união e firmeza. Essa agressão ao Brasil precisa ser tratada com responsabilidade e serenidade, mas sem abrir mão da defesa dos interesses do nosso povo”, destacou Davi Alcolumbre.

Hugo Motta reforçou o compromisso do parlamento com o Executivo e garantiu agilidade na construção de uma resposta institucional. “O Brasil não pode ser refém de decisões unilaterais que violam nossa soberania. Estamos prontos para agir em conjunto com o governo e adotar medidas que fortaleçam o país diante dessa crise”, afirmou.

Coordenador do comitê interministerial que acompanha o caso, o vice-presidente Geraldo Alckmin voltou a criticar a decisão americana. Segundo ele, a medida é um erro comercial grave, uma vez que os Estados Unidos já mantêm superávit na balança comercial com o Brasil. “Dos 10 principais produtos exportados por eles, oito entram aqui sem pagar nada de imposto. A tarifa média brasileira de importação é de apenas 2,7%. Isso é injusto, inadequado, e vamos trabalhar para reverter essa distorção”, disse.

Além da reunião com os chefes do Legislativo, Alckmin também se encontrou com representantes da indústria e da Câmara Americana de Comércio (AMCHAM). As tarifas americanas entram em vigor no dia 1º de agosto, e o governo brasileiro corre contra o tempo para apresentar alternativas antes desse prazo.

A orientação, até o momento, é não solicitar a prorrogação da entrada em vigor da medida, mas buscar soluções diplomáticas e comerciais que impeçam prejuízos maiores para os setores produtivos do Brasil. O clima em Brasília é de mobilização total em defesa da soberania e dos interesses nacionais.