BRASÍLIA– Redação Jornal Costa do Dendê

Em uma decisão que repercute fortemente no cenário político e diplomático brasileiro, o Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou, na noite da última quinta-feira (18), a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de outros sete membros da Corte, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet. A medida também se estende às famílias dos atingidos.

Segundo o governo norte-americano, a decisão é uma resposta ao que classificam como uma “caça às bruxas política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu por tentativa de golpe de Estado. A revogação impede a entrada imediata das autoridades em território norte-americano e sinaliza um aumento nas tensões diplomáticas entre os dois países.

Entre os nomes atingidos estão os ministros Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Flávio Dino. Os únicos integrantes do STF que não foram alvos da medida são André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux — todos indicados durante o governo Bolsonaro.

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado Marco Rubio, sob o argumento de que o governo norte-americano “não tolerará ações que atentem contra a liberdade de expressão”, referindo-se a decisões do STF que atingiram aliados do ex-presidente. A ação foi comemorada por políticos ligados à extrema direita nos EUA e no Brasil, como Eduardo Bolsonaro, que afirmou em rede social: “Aos que ainda não entenderam: não haverá recuo.”

Em nota oficial, o governo brasileiro, por meio da Advocacia-Geral da União, declarou que o Brasil “não se curvará a pressões externas” e que o Judiciário atua de forma independente, dentro dos princípios constitucionais. O procurador-geral da União, Jorge Messias, considerou a medida como “arbitrária e ofensiva à soberania nacional”.

A decisão ocorre no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, eleva o tom contra o Brasil, ameaçando inclusive tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, caso “o Judiciário continue perseguindo adversários políticos”.

📌 Análise Costa do Dendê

A ação americana tem forte impacto simbólico e diplomático. Embora não envolva bloqueios de bens ou sanções financeiras, como as previstas na Lei Global Magnitsky, a revogação coletiva de vistos de autoridades de alta cúpula do Judiciário é um gesto político sem precedentes recentes entre democracias parceiras.

A medida também aprofunda a polarização no Brasil, reacendendo o debate sobre os limites da atuação judicial e a relação entre as instituições republicanas.

🗣️ Fique por dentro

• Quem foi afetado: 8 ministros do STF e o PGR Paulo Gonet

• O que foi revogado: Vistos de entrada nos EUA (inclusive de familiares)

• Motivo declarado: Defesa da liberdade de expressão e críticas à atuação contra Bolsonaro

• Reação do Brasil: Nota de repúdio e defesa da soberania do Judiciário

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