Casa Branca monitora em tempo real operação da PF contra Bolsonaro e clima de tensão cresce

Jornal Costa do Dendê

Edição de 18 de Julho de 2025

Por Redação Internacional – Jornal Costa do Dendê

A nova fase da investigação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deflagrada nesta sexta-feira (18), ganhou repercussão internacional e é acompanhada de perto pela Casa Branca, segundo informações obtidas pela CNN Brasil junto a interlocutores ligados ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Fontes próximas ao círculo bolsonarista revelaram que aliados do ex-presidente, que mantêm vínculos com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, estariam articulando uma reação nos bastidores, pressionando o governo norte-americano a adotar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e contra o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

A pressão teria como base a Lei Magnitsky, mecanismo da legislação americana que permite aplicar punições a autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos. De acordo com o jornal norte-americano The Washington Post, Eduardo Bolsonaro tem feito lobby junto a setores do governo dos EUA para que o nome de Moraes entre na lista de sanções, o que pode desencadear um conflito diplomático inédito entre os dois países.

Em paralelo à operação, Jair Bolsonaro teve diversas restrições impostas pelo STF, incluindo a proibição de contato com seu filho Eduardo, atualmente em território norte-americano, e o uso de redes sociais. A decisão ocorre em meio a indícios de que o ex-presidente planejava deixar o país para buscar asilo político nos EUA.

A tensão escalou ainda mais após uma carta assinada por Donald Trump, divulgada na última quinta-feira (17). Nela, o republicano classificou Bolsonaro como vítima de um “sistema injusto” e afirmou estar “observando de perto” o desdobramento do processo. “Esse julgamento precisa parar imediatamente”, declarou Trump, em referência ao processo penal que corre no STF, no qual Bolsonaro é réu sob a acusação de participação em um plano de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.

No Itamaraty, o clima é de alerta máximo. Integrantes do Ministério das Relações Exteriores avaliam que a movimentação diplomática dos aliados de Bolsonaro pode agravar ainda mais a relação entre Brasília e Washington, num momento delicado para a política externa brasileira.

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